27.4.12

Se vale a pena?

Eu nunca sonhei ser professor. Nunca nem pensei na hipótese, pra falar a verdade. Mas, mesmo assim, no ano de 2000 acabei meio que "caindo de pára-quedas" numa sala de aula de desenho.

O que começou como uma nova experiência para eu testar, acabou virando minha segunda profissão. Faço isso até hoje e não pretendo parar.

Nestes longos 12 anos que se passaram desde minha repentina mudança "de lado" na sala de aula, eu já vivi todo tipo de situação bizarra, muitas delas do tipo que fazem muita gente por aí desistir de lecionar.

Mas eu nunca olhei por este lado (por mais que eu goste de contar as histórias estranhas que vivenciei). Sempre prestei mais atenção naqueles alunos dedicados, aqueles que fazem valer a pena.

Não por serem bons ou maus desenhistas, mas por serem pessoas realmente comprometidas com a aula, permitindo assim uma perfeita relação aluno-professor que leva ambos à uma condição melhor de vida e de aprendizado.

Sim, eu aprendi (e aprendo!) muito com meus alunos. Talvez mais do que eles comigo.

Mas, claro, eu tive vários alunos problemas. Muitos. Inúmeros.

Irritantes, mau-carateres, estranhos, chatos, folgados, dispersos, malucos, fdp... e normalmente eles "ocupam" tanto espaço que faz parecer que todos os alunos são assim - e faz vc ter uma vontade de mandar tudo pras favas e não ensinar mais nada.

Mas sabe como são as coisas... quando vc tá lá, querendo esganar alguns alunos, vem a vida e renova suas baterias.

Recentemente, me deparei com um texto publicado na internet, de autoria de uma ex-aluna minha, que me fez parar e fazer uma breve retrospectiva profissional.

Puxando pela memória eu pude perceber que, no fim das contas, tive sim muitos alunos "problema", mas tive muito mais alunos "solução". Por mais gente que me odeie (tem vários), nestes anos todos eu tive muito mais pessoas a quem pude ajudar, de alguma maneira, a seguir adiante com suas artes. E eles me ajudaram a seguir adiante na minha.

E o texto da Prix (a ex-aluna que citei antes) me fez perceber o quanto valeu e ainda vale a pena. E percebendo isso, além de me dar um novo fôlego para seguir adiante, me lembro de que eu devo agradecer a estas pessoas:

Obrigado a todos. Mesmo.

Obrigado, Prix.

Assim, eu encerro este momento público de sentimentalismo (e quem me conhece sabe que eles são muito raros).

É isso.


4 comentários:

  1. eaee Barata
    ainda com problemas com seus Monstrinhos Desenhistas (me dá medo só de lembrar)
    não esquenta a cabeça não, o mundo ira acabar esse ano e as baratas reinarão! huhuhaahua

    ainda volto na Quanta pra fazer o curso de ilustração digital
    abraços

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  2. Engraçado saber que você não pensava em ser professor. Eu que tive aulas com você só por uma semana em um curso de férias, sai de lá com a certeza que você Nasceu para ser professor! Até hoje me surpreendo como uma única semana de aula me ajudou tanto, e estou ansioso para logo mais entrar nos cursos regulares da Quanta.

    Espero que consiga sempre aguentar alguns alunos problema, para continuar ajudando tantos outros alunos que, como eu, precisam de uma direção.
    Abraços!
    Henrique Brum

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  3. Salve salve Barata.

    Cara vc sitando q não pensava em ministrar aulas me fez pensar em mim, e vi que já estive na mesma situação q vc, e me fez perceber que cada aula q eu ministrar tem q ser melhor q a ultima, pois tem alunos q tem um sonho muito parecido com o que já tivemos uma vez, viver da arte, do desenho.
    Não tive aula com vc, mas já trocamos ideia, e muitas vezes observava suas explicações e sua vivencia com alunos, apesar de que já ouvir vc falar de alguns tb kkk, mas td bem, o que quero dizer é q quando via muitas vezes suas explicações me dava muita vontade de ir fazer aula com vc, e isso acontece quando o professor é bom, e automaticamente aprendi de tabela, e isso me serviu muito!
    Abração.

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  4. Ei, foi um prazer! ;-)
    Mas maldito Wordpress que me traiu - eu ainda nem lancei o blog! rs

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